Uma das principais ferramentas trabalhadas no Jovens Urbanos são as Explorações e para isso é preciso constantemente sensibilizarmos nossos olhares para sairmos da postura de "turistas" dos lugares que vamos. Despertar nos jovens um olhar mais atento e curioso, até mesmo porque só aprendemos sobre aquilo que nos desperta o interesse.
E para provocar um pouco esse " despertar para um novo olhar" fizemos uso das palavras em forma de poema de Alberto Caeiro, um dos principais heterônimos de Fernando Pessoa.
"O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas.
Olhando para a direita e para a esquerda.
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento.
É aquilo que nunca antes eu tinha visto" (...)
E é a partir desse olhar de Alberto Caeiro que nossos jovens iniciam uma sequência de explorações pela nossa cidade à museus, teatros e avenidas, buscando ver em cada momento aquilo que nunca antes tinham visto.
Bóra lá!?
EXPLORAÇÃO AO MUSEU AFRO - Exposição dos Sertões
"O nordeste é poesia.
Deus quando fez o mundo fez tudo com primazia.
Formando o céu e a terra cobertos com fantasia.
Para o sul deu a riqueza, para o planalto a beleza.
E ao nordeste a poesia."
Patativa do Assaré
P.S: Ao ler o post a seguir dê o play no link abaixo e sinta um pouco da sensação de estar em terras nordestinas, boa leitura!
Manhã de sol e os jovens foram se aventurar pelas terras áridas do "Sertão da caatinga, dos santos, dos beatos e dos cabras da peste".
Chegamos lá bem cedo e tivemos que aguardar um pouco para termos monitoria, enquanto isso, para passar o tempo fizemos uma roda no Parque do Ibirapuera para jogarmos (puxa conversa), são cartas com perguntas sobre diversos assuntos que eu tinha levado, afinal nunca se sabe quando vai precisar, sendo assim, é sempre bom ter "cartas na manga" ou no meu caso, na bolsa!
A exploração foi pontual, nós fomos para a exposição dos Sertões o que demandou todo o tempo que tínhamos programado, com isso os jovens não conseguiram conhecer o espaço do Museu, mas voltaremos na melhor oportunidade.
Foi uma belíssima exposição, claro que, eu sou meio suspeita pra falar já que tenho verdadeira admiração pela cultura nordestina, mas senti que os jovens também ficaram curiosos em saber, conhecer, principalmente quando visitamos a parte que contava um pouco da história do Lampião e Maria Bonita.
O curioso é que, a maioria deles são filhos de pais nordestinos ou eles próprios são e mesmo assim, pouco conhecem sobre suas culturas. Acho que essa exploração serviu de alguma forma para que se aproximassem um pouco mais de suas raízes.
EXPLORAÇÃO AO THEATRO MUNICIPAL
Vida de jovem urbano não é moleza não!
A garotada tem que tá disposta à pegar ônibus, trem, metrô e muitas vezes irem espremidas como sardinhas enlatadas, vai vendo!
Eles ficaram impressionados com a beleza do lugar principalmente quando entraram na sala de espetáculos.
Era visível a emoção deles tanto que me contagiou, aqueles olhares curiosos e extasiados diante daquele palco em que tantos nomes conhecidos da música por ali passaram...
"Eu não tô acreditando que estou aqui dentro" disse a jovem Taís quando estava dentro da sala de espetáculos e ainda complementou: "Minha mãe nem vai acreditar!"
Mas nossa ida ao Theatro rendeu muito mais do que simplesmente encantar-se com a estrutura de sua construção tão imponente localizada não por acaso na região central de São Paulo, abriu caminho para uma reflexão sobre como essa cidade foi constituída e como isso nos atinge na atualidade.
"É muito importante saber sobre o passado da cidade, sendo assim, o Theatro Municipal é uma boa dica para quem quer conhecer o passado. É muito bom!
Lucas Costa
EXPLORAÇÃO À AVENIDA PAULISTA A avenida Paulista é um dos principais centros financeiros da cidade bem como um dos pontos turísticos mais conhecidos que a caracteriza.
Por lá, circulam inúmeras pessoas diariamente, justamente por ser um pólo financeiro. É gente de todas as regiões da cidade, Sul, Leste, Norte e Oeste, são trabalhadores, pessoas de diferentes classes sociais, estudantes, artistas de rua... vê-se de tudo! Sem contar os enormes edifícios!
Ficaram impressionados com tudo, com a estação, com os vagões (que não tem divisão interna) e principalmente com o fato do metrô ser automático, sem maquinista!
Na Paulista eles conseguiram perceber as diferenças sociais entre as pessoas que circulam ali, viram carros muitos carros que não costumam ver na quebrada, alguns inclusive que nunca tinham visto.
Outra coisa que chamou a atenção foi a homenagem feita para a ciclista Márcia Prado, que morreu após ter sido atropelada por um ônibus em um dos cruzamentos da Paulista.
O mais interessante mesmo, foi quando eles ficaram sabendo que a Paulista já foi uma região de muitas fazendas, bem diferente do que vemos hoje! Até paramos para dar uma olhada em uma casa bem antiga com um aspecto de casa abandonada e que de fato está.
É uma propriedade particular de algumas dessas famílias ricas, a casa não está aberta para visitação, embora segundo informações que tivemos na Central de Informações Turísticas, há um diálogo com os proprietários para transformarem lá em um espaço para visitações. Agora que vocês viram um pouco como foi a nossa exploração, dá uma olhadinha aí no que o jovem Vanderson produziu a partir do que ele observou na Paulista. O menino tem talento!!!
EXPLORAÇÃO AO MUSEU DO FUTEBOL "Quem não sonhou em ser um jogador de futebol" Skank
Não há dúvida que essa foi a exploração mais esperada pelos jovens. Desde o início já havia uma certa "pressão" por parte deles em irmos ao famoso Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, afinal de contas, o futebol é uma paixão nacional ainda mais agora que vamos sediar a próxima Copa!
Há grandes discussões sobre as consequências que a Copa de 2014 trará e já vem trazendo para o nosso país, mas nossa ida ao Museu do Futebol não teve essa veia de discussão, muito embora em alguns momentos até trouxemos esse assunto para a conversa, nossa intenção foi mesmo a de conhecer um pouco sobre a história do futebol.
E atendendo aos inúmeros pedidos, especialmente por parte da ala masculina é que nosso rumo foi ao Museu do Futebol e quem disse que futebol é coisa de homens?
A mulherada chegou junto e aquelas que no primeiro momento não haviam se empolgado tanto em ir acabou tendo uma outra visão, sobre o museu e sobre o futebol como um todo! E bola rolando na área... Não tivemos monitoria nesse dia, o que deixou os jovens muito mais à vontade para andarem por onde quiseram e acreditem quando digo que eles andaram por onde quiseram mesmo!
É porque o lugar mais esperado por eles era entrar no campo, colocar os pés na grama, mas isso não era possível, os alambrados barravam que os visitantes pudessem se aproximar, daí vai vendo, em um momento de distração eles conseguiram driblar o segurança e chegar um pouquinho mais perto do gramado, mas não durou muito e o juiz apitou o fim de jogo, digo, o segurança chamou os meninos e reforçou dizendo que não poderiam andar por lá!
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