segunda-feira, 15 de agosto de 2011

"Quem lê enxerga melhor" Poeta Sergio Vaz


Na semana passada, fizemos uma incrível exploração pelo Museu da Língua Portuguesa.

Com essa temática, tínhamos como foco introduzir em nossas conversas a importância da leitura e da escrita na construção da nossa sociedade e nosso desenvolvimento como indivíduos.


De Ler pra Ser

Mas e aí, ler pra quê? Ler pra ser? Ler pra ser o quê?
Para dar aquela esquentada na conversa, a educadora propôs a leitura do texto do poeta Sergio Vaz: Quem lê enxerga melhor.
"Quem lê sabe para onde o ônibus está indo, sabe quando descer e onde fica o ponto final. E que há placas que indicam contra-mão, e outras que seguem adiante. Só é proibido estacionar."
Mas se quem lê enxerga melhor e quem lê mais escreve e se comunica melhor, porque será que as pessoas têm tanta resistência quanto a leitura? Como foram as minhas primeiras experiências com a leitura?

De Ler pra Ser
Para responder essa pergunta, a educadora motivou o grupo a refletir sobre suas primeiras experiências com a leitura, para alguns foi um momento de descobertas, para outros, experiências traumáticas, alguns jovens tiveram o primeiro professor na escola, para outros, seus primeiros ensinamentos foram em casa, ainda teve um relato muito bonito da jovem Juliana que partilhou com o grupo suas dificuldades com a leitura na infância, revelando a todos que teve a ajuda da coleguinha Cintia da 1ª série quando a Juliana já estava na 4ª série, para aprender a escrever. Coincidentemente as duas estão no PJU na turma da manhã, foi muito emocionante ouvir o relato da Jú que com gratidão contou sua história.

Após esse momento de partilha, os jovens fizeram desenhos em folhas de sulfite que representassem como foi o processo de aprendizagem para cada um deles.
Os desenhos foram expostos num varal que alguns jovens chamaram de varal das lembranças outros preferiram varal da infância.

De Ler pra Ser

De ler pra Ser

De Ler pra Ser

De Ler pra Ser
Foram muitos, os professores (*)
“Minha mãe guardava com cuidado de sete chaves, sobre a cômoda do quarto, três cadernos. No primeiro, ela copiava receitas de amorosos doces, (...). No segundo caderno, ela anotava riscos de bordados (...). No terceiro ela escondia longas poesias (...).
Eu reparava seus cadernos, encardidos pelo tempo e pelo uso, admirava sua letra redonda e grande, com caneta de molhar, sem ainda desconfiar das palavras.”
O trecho acima faz parte do texto escrito pelo Bartolomeu Campos de Queiroz. O texto foi lido para os jovens, que muito concentrados prestaram atenção em cada palavra lida pela educadora.
Após essa leitura, os jovens falaram das suas impressões sobre o texto.

A Carta

Nos dias de hoje, poucas são as pessoas que escrevem cartas a próprio punho, escrever um e-mail é muito mais rápido e prático, tanto para quem escreve como para quem o recebe.

De Ler pra Ser
Mas a emoção de quem recebe uma carta escrita em um papel por mais simples que seja não se compara com um e-mail recebido ainda que seja com a mais bela fonte.
A emoção, os sentimentos, as impressões, parece que ficam registradas na letra do escritor e muitas vezes isso é perceptível ao leitor.

De Ler pra Ser
Os jovens urbanos vivenciaram essa experiência, muitos deles disseram que nunca haviam escrito carta alguma, mas todos eles embarcaram  na proposta e escreveram suas cartas.

De Ler pra Ser
Os jovens tinham que escrever uma carta  respondendo: quem sou eu? Com quem eu moro? Meu sonho pessoal e profissional? Qual livro que eu mais gostei de ler?  Qual autor ou tipo de leitura que mais gosto? Enfim, que através dessa carta os jovens também trouxessem suas referências de leitura. 

De Ler pra Ser
Alguns jovens trouxeram seus livros preferidos, textos que gostam de ler para socializar com a turma. A jovem Janaína trouxe dois livros que ela mesma escreveu, bem legal, a história ainda está no caderno, ela contou para o grupo do que se tratavam as histórias, a galera curtiu.
Depois que os jovens escreveram as cartas, escolheram um outro jovem para ler sua carta e vice-versa.

De Ler pra Ser
Essa foi uma das experiências mais marcantes na nossa turma, os jovens ficaram livres e escreveram além do que foi pedido, foram cartas emocionantes!

"Querido leitor, estou aqui para te dizer um pouquinho sobre mim. Sou um jovem de 17  anos com vários sonhos (...)"
Victor Fabiano

"(...) A maior parte do meu tempo eu passo lendo, é o que mais gosto de fazer e também gosto de escrever poemas de vários autores no meu caderno e as músicas que eu gosto (...)"
Jennefer Carola

"(...) eu aprendi a ler e escrever com 5 anos de idade, fui para o prézinho, nossa eu era muito teimoso (...)"
Richard Adelcio

"(...) para mim ler é bom mas nada melhor do que escrever. Quando nova roubava da gaveta da minha mãe livros de romance, ficava fascinada com aquelas histórias (...)"
Thais Juliana

Nessa trajetória, temos a metade da turma da manhã na quarta e a outra metade na quinta-feira.
O que rolou de diferente nas atividades entre essas duas turmas?

Turma de quarta-feira
Dando vida às palavras

De Ler pra Ser
Os jovens fizeram uma breve apresentação dos poemas escolhidos por eles: “Ou isto ou aquiloCecília Meireles e “Atenção compro gavetas” Classificados poéticos de Roseana Murray.

De Ler pra Ser
"Preciso guardar minhas lembranças:
as viagens que não fiz,
ciranda, cirandinha
e o gosto de aventura
que havia nas manhãs."
ATENÇÃO! COMPRO GAVETAS

De Ler pra Ser

"Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo."
OU ISTO OU AQUILO

Ambos grupos fizeram encenações a medida em que o texto era lido por outras jovens, foi bem divertido vê-los em cena, dando a sua interpretação aos textos selecionados.

Turma da quinta-feira
Desconstruindo e Construindo (Pois é, Poesia)
Outra experiência muito bacana que tivemos nessa semana foi a desconstrução e construção de novos poemas.

De Ler pra Ser
Os jovens tiveram como base os poemas: “Não discuto” de Paulo Leminski e “O velho e a flor” de Vinícius de Moraes, textos escolhidos por eles mesmos.
Os jovens disseram que estão tendo essa atividade também na escola, daí na hora de produzir, não encontraram tanta dificuldade.

De Ler pra Ser
Ao som das músicas do Teatro Mágico, a galera foi produzindo.
Para socializar, os jovens leram suas poesias: “Discutir por quê?” e “O saber”.

De Ler pra Ser


De Ler pra Ser
Finalizamos nossos encontros com os “Classificados Poéticos”, os jovens voluntariamente iam lendo os pequenos textos contidos no livro, viajando pelas palavras e fazendo suas próprias reflexões sobre o prazer da leitura.

De Ler pra Ser

De Ler pra Ser

De Ler pra Ser

De Ler pra Ser
O resultado de toda essa criação será a produção de um livro.
Para isso teremos entre as turmas manhã e tarde um grupo de “jovens escritores” que com o auxílio da equipe da Comunidade Cidadã, produzirão esse livro, com os textos das cartas dos jovens, os desenhos e os poemas.

De Ler pra Ser
Quem tiver a curiosidade de saber como ficará o primeiro livro dos jovens dessa edição, poderá conferir no próximo Encontro Público do Grajaú, onde os jovens poderão dar autógrafos, sessão de fotos e tals.


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