Nosso querido Jadson Carlos concedeu uma entrevista ao site Educação e Participação ( http://www.educacaoeparticipacao.org.br ) falando sobre sua experiência no #PJU.
Vamos conferir?
Fim de tarde na Avenida Paulista, quase 18 horas. O trânsito é intenso; ruas e calçadas movimentadas, principalmente com o final de ano se aproximando. Entre as diversas pessoas que estão na região, fazendo compras e voltando do trabalho, está um jovem. De estatura média e cabelos ondulados, Jadson da Silva caminhava sem pressa para chegar ao seu local de destino: o Conjunto Nacional, também conhecido como “o mais paulista dos condomínios”.
Seu destino tinha um propósito: estar presente na inauguração da exposição “Manifestação Cultural Jovens Urbanos: A Poética Jovem nos Extremos Norte e Sul da Cidade”, que aconteceu de 4 a 8 de dezembro. Para o jovem, o dia era especial: depois de quase um ano participando das ações do Programa, sua produção foi contemplada na mostra, sendo vista por inúmeros transeuntes que observavam, atentos, aos trabalhos feitos por jovens participantes da 8ª Edição do Programa Jovens Urbanos.
O feito, para Jadson da Silva representa uma enorme conquista, pois, segundo ele, não é todo dia que um jovem do Capão Redondo tem a sua produção exposta para milhares de pessoas que frequentam a avenida mais famosa de São Paulo.
Nascido em Maceió (AL), em 1997, Jadson veio para São Paulo quando estava com apenas sete meses de vida. Desde então, vive no Capão Redondo, zona sul da capital. Ele conta que após participar do Programa Jovens Urbanos, a relação com seu bairro e com a escola onde estuda mudou bastante. Durante este ano, Jadson promoveu inúmeras atividades no ambiente escolar, juntamente com outros jovens que participaram das experimentações do Programa.
O Jovens Urbanos lhe foi apresentado após ouvir a explicação de um dos educadores sobre o trabalho realizado pelo Programa. “Vamos participar?”, disse um de seus amigos. Não demorou para que ele e todos os seus amigos fizessem parte da 8ª Edição do Jovens Urbanos. Desde então, a sua rotina não é mais a mesma: “Antes de conhecer o Programa, eu não tinha compromissos; minha vida era muito parada, tranquila. E agora eu tenho uma agenda lotada; meses atrás eu não sabia o que era isso (risos)”, diz Jadson.
Ao longo das experimentações nas quais participou (fotografia e teatro), Jadson desenvolveu um novo olhar em relação à escola. “Eu não gostava muito de ficar lá. Quando terminava as aulas, eu ia embora para casa. Agora não é mais assim; fico praticamente o dia todo na escola, desenvolvendo projetos e novas ideias juntamente com meus amigos”, ressalta Jadson.
No início da experimentação “Fotografia de Quintal”, assessorada pelo educador e fotógrafo André Bueno, havia 30 jovens que estavam interessados em participar. “Nas primeiras semanas, todos nós saímos para fotografar. No começo foi difícil, mas com o tempo e com a ajuda do André fomos aprendendo cada vez mais. E continuo aprendendo até hoje. Gostei muito de participar dessa experiência”, conta Jadson.
Ao final da experimentação, produziramum mural Lambe-lambe por meio das fotos que realizaram. Com esse trabalho finalizado, Jadson e outros jovens tiveram uma ideia: estender a produção de novos murais na escola. Essa ideia gerou o “JS é Nóis”, que foi apresentado na Banca de Projetos do Jovens Urbanos, em novembro. Com o projeto aprovado por uma comissão avaliadora do Programa, deram início ao desenvolvimento dos murais. ”Queremos mostrar aos alunos que o “JS” (Escola João Silva) é nosso. Assim, fotografamos os alunos e montamos os murais no palco da escola, na quadra, nos corredores, sempre com o apoio do diretor. Ele foi ‘gente boa’, só faltou deixar nosso grupo colar na lousa, no ventilador (risos)”.
Exposição
Finalizar o ano com a exposição no Conjunto Nacional foi uma honra para o jovem Jadson. “Só tenho uma coisa a dizer: alegria! Por todo o trabalho, todo o esforço recompensado. Para mim, é uma grande satisfação ter uma produção exposta em plena Avenida Paulista. Deu muito trabalho montar essa Mostra; mas, com certeza, valeu a pena”, suspira Jadson.
Futuro
Há dois anos, Jadson tem uma ideia fixa na cabeça: ser artista plástico. “Conhecer o André Bueno e outros artistas fez com essa ideia se fortalecesse ainda mais; quero criar, expor minhas obras, viver de arte”, ressalta o jovem.
Aprendizado
Quando o jovem conta o que mais aprendeu no Programa, ele é categórico: “Aprendi a não trabalhar com meritocracia, mas sim com companheirismo. Vai quando quer, se quiser. Você está ali não para ser melhor que ninguém, mas para fazer parte de algo. Aprendi, também, que ser um jovem urbano é ser poeta, ou seja, se expressar como quiser”.
Bom, é isso aí galera!
Continuem acompanhando as novidades por aqui...
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