domingo, 14 de fevereiro de 2010

Boletim dos Educadores

NOTÍCIAS DE 26 DE JANEIRO À 04 FEVEREIRO

Cartografia do aniversário de São Paulo

Aproveitamos os acontecimentos da semana - principalmente o Aniversário da Cidade – e conversamos um pouco sobre as enchentes e a relação com o IRBEM (ida do grupo ao encontro do Movimento Nossa São Paulo - clique aqui para saber mais sobre o IRBEM), apresentado na semana anterior, e se são fatores que nos permitiriam comemorar. A partir de uma conversa acalorada o grupo chegou ao seguinte questionamento, que norteou as ações da semana: “Existem dois lados da cidade? Quem está comemorando?

Começamos essa quinzena enfatizando a produção de uma cartografia do aniversário da cidade: Trouxemos matérias de jornal e internet que comentavam sobre o aniversário e distribuímos em subgrupos. Depois construímos um mapa onde os jovens apontaram onde o aniversário estava rolando... Houve uma ampla percepção que o Grajaú não participava da festa!

Direcionando um olhar para onde acontecia a festa, aproveitamos a data e lançamos o livro “Olhar Jovem do Centro de São Paulo”. Uma produção baseada na exploração a região central da cidade, onde cada turma foi dividida em três grupos, cada um deles com uma temática distinta: Mundo do trabalho, diversidade religiosa, cultura, exclusão, transporte público e tribos urbanas. Cada grupo tinha a tarefa de elaborar um capítulo do livro com opiniões pessoais, fotos e entrevistas – de forma criativa. O material pode ser visto em um post anterior no nosso blog:

http://comunidadepju.blogspot.com/2010/01/aniversario-de-sao-paulo.html#links

Por conta da exclusão do Grajaú das comemorações, essa produção trouxe uma série de questões sobre a história do Grajaú, se tem a mesma idade de São Paulo, e se eles sabiam algo sobre a formação do Grajaú e etc... A jovem Nathália Rodrigues comentou: “Minha vó diz que há uns trinta anos atrás só tinha mato nesta região”. Danilo complementou “Acho que aqui tem menos de cem anos”. Outra questão abordada foi a presença forte da população nordestina - quase predominante na região.

Depois de analisarmos alguns aspectos da comemoração do aniversário da cidade – principalmente a privação do Grajaú desta festa - trabalhamos com o texto “Direito a Cidadedo caderno CENPEC (p. 14) e pedimos para que os subgrupos jovens refletissem e discutissem se concordavam ou não com a questão colocada.

Nós concordamos, por que se olharmos atentamente para a periferia, encontraremos muita desigualdade social, por exemplo, na maioria das periferias, com as chuvas que estão ocorrendo muitos córregos transbordam e a água da chuva e do esgoto invadem casas que ficam na beira dos córregos, e falta de acesso a equipamentos públicos na periferia também aumenta a desigualdade, por que muitos hospitais que tem um equipamento pelo menos no nível de operar, tem uma imensa burocracia para conseguir uma vaga. “ (Camila, Amanda e Janaína)

A partir daí continuamos a construção do nosso mapa, analisando depois qual caminho podíamos traçar para melhorar nosso acesso aos bens e vivências da cidade ligando pontos com barbantes de cores diferentes.

Combinamos que este mapa seria utilizado em todas as nossas reflexões a partir de agora, e que ele seria alterado de acordo com nossas vivências e percepções. Para efeito de iniciar a metodologia com o mapa, propomos realizar uma exploração olhando para o mapa.

Como proposta de “se interligar” o grupo decidiu explorar a feira Campus Party, que na cartografia seria mais um acesso a cidade no território de tecnologia. Alguns jovens comentaram que haviam assistido na TV, porém nem imaginavam como era a feira. Falamos sobre um Stand da TV cultura que lançou uma enquete sobre as Lan Houses das periferias – e lá conhecemos o projeto conexão cultura: http://www.conexaocultura.org.br/

Na exploração a Campus Party Brasil 2010 - atividade que também fez parte da comemoração dos 456 anos da Cidade de São Paulo - os jovens interagiram com o “universo digital”. Ficaram livres em alguns momentos e com monitoria especializada em outros. Visitaram stands e os experimentos digitais, no intuito de buscar algo que os despertasse a curiosidade, desde caricaturas digitais, acesso à internet, descanso na rede em frente a um telão de jogos e até mesmo a massagem corporal, com som ambiente. A atividade possibilitou a ampliação da discussão sobre a cartografia da cidade e o acesso dos jovens a espaços, que para eles, estariam distantes. Assim, encerramos a atividade que previa a construção de uma cartografia orientadora.

De Campus Party 2010

De Campus Party 2010

De Campus Party 2010


Experimentações...

Com o período das experimentações chegando começamos a organizar o grupo. Apresentamos para os jovens a cesta de experimentações. Na turma da tarde, os jovens se dividiram por linguagem de interesse para discutir as propostas dos assessores, já na turma da manhã, utilizamos a dinâmica apresentada no encontro do CENPEC, em que cada jovem deveria escrever nas costas do outro jovem, o que ele sabe fazer de melhor. Além da descontração que a dinâmica proporcionou, os jovens se aproximaram mais e puderam valorizar e perceber o potencial de cada um.


Projetos - conhecendo o VAI!
Depois das experimentações escolhidas, discutimos que os assessores tecnológicos, além do aprendizado, poderiam ajudar muito na elaboração de projetos. Para despertar um pouco a vontade de experimentar já pensando em projetos, realizamos uma oficina com a Marília Ortiz do Instituto Sou da Paz que apresentou aos jovens o Programa VAI da Secretaria Municipal de Cultura. Estiveram presentes outros jovens da comunidade além de jovens da 4ª edição que já tinham o interesse de enviar projetos para o VAI.



Clube do Itaú

Nesta quinzena também aproveitamos para relaxar e nos integrar ainda mais. Fomos ao Clube do Itaú, e claro não deixamos de avaliar o passeio, que para os jovens foi espetacular, tudo ocorreu como eles pensaram, só se queixaram do atraso do ônibus, segundo alguns deles “combinado é combinado!”.

De Club do Itaú 2010


Pensando o Encontro Público...

Finalizamos a quinzena com a discussão sobre o primeiro Encontro de Público da 5ª edição. A primeira questão que veio dos jovens foi “O que vamos apresentar?” Explicamos aos jovens que iríamos apresentar o que estávamos produzindo durante esses primeiros 5 meses de programa para as outras ONGs e à equipe do CENPEC. A partir de então, o grupo ficou com a tarefa de resgatar a memória do que mais significativo havia sido produzido nesse período do programa.

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